Acordei com uma sensação estranha. Pela primeira vez em meses, talvez anos, meu corpo não parecia pesado de medo, mas apenas pesado de sono. O colchão era tão macio que parecia me abraçar, e o calor ao meu redor não vinha apenas das cobertas.

Levei alguns segundos para entender o que estava acontecendo.

Os braços de Ravi estavam firmes ao meu redor, como uma corrente que não me prendia, mas me protegia. Eu estava aninhada contra o peito dele, o coração forte e compassado batendo contra minhas costas.

Sorri de leve, sem querer. Aquilo parecia errado, perigoso, mas ao mesmo tempo… tão bom.

Só que minha bexiga não compartilhava desse conforto.

Suspirei baixinho e tentei me mover. Os braços dele apenas se apertaram mais, como se meu corpo fosse parte essencial do dele e não pudesse escapar. Não consegui evitar uma risadinha baixa e nervosa.

— Ravi… — sussurrei, cutucando o braço dele com a ponta dos dedos.

Ele resmungou algo ininteligível, a voz grave e rouca de sono vibrando no meu ouvid