Gregório Smith
Faz quase três anos desde que Maitê sumiu da minha vida. Três anos, e eu ainda não consegui preencher o vazio que ela deixou. Não que eu não tenha tentado. Trabalhei feito louco, abri filiais, fiz projetos que ninguém imaginava, mas nada disso serviu pra calar aquela voz irritante na minha cabeça, aquela que sussurrava o nome dela quando eu deitava pra dormir — como se algo dentro de mim não quisesse esquecer Maitê a todo custo.
E, bom, tinha a Amélia. Se é que dá pra chamar aquilo de “companhia”. Ela tinha se tornado um problema do qual eu não conseguia me livrar. No começo, achei que poderia apenas deixar ela ali, para conversar e fazer com que a minha cabeça parasse de ir tanto para Maitê. Só que logo ficou claro que ela não estava comigo por gostar de mim; ela só queria escapar das cobranças de casamento que os pais dela enfiavam goela abaixo. E eu, idiota, deixei. Talvez porque era cômodo. Ou porque, no fundo, eu só estava esperando Maitê voltar — mesmo que parte d