AMAROK
A floresta parecia viva enquanto as árvores tremiam com o vento que descia das montanhas, fazendo os galhos se dobrarem como se fossem ossos fraturados.
Corri na minha forma totalmente bestial preta que possuía quatro patas fundidas a presas felinas mortais, com garras prontas para matar e os olhos ardendo com sede de sangue.
O cheiro dos inimigos estava por toda parte, em uma mistura de suor, lama e penugem, porém o cheiro que sobressaía sobre os deles e que provavelmente eles também estavam sentindo, era da minha fêmea no cio.
Três, talvez quatro, invasores que foram exilados por mim por serem traiçoeiros. Lobos famintos e rebeldes, que agora não tinham alcateia. Eram selvagens e imprevisíveis. Encontrei os três lobos a alguns quilômetros da cabana, farejando o cheiro da minha esposa humana.
— Amarok... — uivou um deles, com olhos cor de ferrugem. — Ouvimos dizer que está distraído, que se acorrentou e se casou com uma humana frágil.
Rosnei feroz, odiando ouvir falar da min