MELINA
O uivo próximo cortou o silêncio do dia que estava quase amanhecendo como uma lâmina, me fazendo acordar em um sobressalto e sentar abruptamente na cama, com o meu coração batendo forte no peito. Eu ainda estava sofrendo pelo cio e acabei dormindo de exaustão.
Os sons da floresta, que normalmente eram abafados, agora vibravam com urgência e caos. Um segundo uivo veio logo depois, mais próximo, mais agressivo e dessa vez eu senti em meus ossos.
Como uma ameaça velada.
Procurei com o olhar desesperadamente por Amarok e o encontrei já em pé, em total alerta e olhando pela janela. Ele estava meio transformado, com os olhos vermelhos, o peito nu e com os músculos retesados, como se cada centímetro de seu corpo soubesse o que estava vindo e ainda se controlasse para não pular em cima de mim.
Que ainda exalava meus feromônios no ar.
— Fique dentro da cabana e não abra a porta — ele ordenou em seu modo Alfa, com a voz grave.
— O que está acontecendo? — Perguntei, preocupada.
— Intrusos