AMAROK
Voltei para a cabana apenas ao entardecer e, quando a vi sentada perto da lareira, lendo o mesmo livro e fingindo que eu não existia, algo dentro de mim estremeceu de raiva.
Controlando meu lobo interior, respirei fundo e não disse nada, apenas observando-a. Melina tinha se recuperado totalmente e estava mais forte, mas seus olhos ainda pareciam carregar a mesma dor.
A mesma sede de liberdade.
Embora quisesse vê-la feliz, eu sabia que não conseguiria deixar de ser esse muro entre Melina e o mundo, pois essa ligação que tinha com ela era mais forte que tudo e qualquer coisa que já aconteceu em minha vida.
Se essa humana teimosa nunca me aceitasse como seu marido e companheiro, eu teria mesmo que me acostumar a apenas compartilhar a sua presença física e nunca tocá-la como o desejo que vinha me corroendo por dentro.
De maneira inconsciente, andei até o fundo da cabana onde tinha um pequeno baú de madeira com pertences antigos. Dentro tinha papéis, mapas, relíquias da alcateia