MELINA
O carvão da lareira apagada e apenas em brasa estralava baixinho quando eu acordei de repente em meio à madrugada fria.
O medalhão em meu pescoço estava frio como o clima, mas pesava como se fosse cheio de significados não ditos. Segurei o colar com os dedos, sem perceber que fazia isso, e olhei em volta procurando por ele.
Amarok não estava deitado no chão como de costume ao irmos dormir e inconscientemente quis saber onde ele estava a essa hora da madrugada. Me levantei devagar e caminhei até o centro da casa de madeira, onde o clima estava ainda mais frio e então eu o vi.
O Alfa estava sentado diante da lareira apagada, com as suas costas largas nua e com uma expressão facial que demonstrava um sofrimento interno que parecia não ter fim.
— Não consegue dormir? — Perguntei, com a voz baixa.
Ele virou o rosto lentamente na minha direção e pela primeira vez fiquei tocada ao ver com mais nitidez a tristeza esculpida em seu rosto másculo.
— O lobo dentro de mim... — Amarok diss