Elara*
Me mantive imóvel naquele chão, o coração preso na garganta, batendo tão forte que parecia querer me sufocar. Cada músculo do meu corpo vibrava em desespero, os sentimentos à flor da pele, um turbilhão que me esmagava por dentro. Eu sabia que podia desmaiar a qualquer instante — qualquer maldito instante.
Ele voltou a se debater, selvagem, arrastando-se pelo chão como se fosse prisioneiro de si mesmo. A cabeça se sacudia violentamente, os uivos misturados a grunhidos me atravessavam os ossos.
— Cas... Cassian... — voltei a sussurrar, a voz embargada.
Não era apenas um nome — era um pedido desesperado, uma súplica.
— Cassian, por favor. Eu... sei que ainda está aí dentro... — minha voz falhou, quase um soluço.
Ele ergueu o fucinho, lançando ao céu um uivo dilacerante. Mas não era só o uivo de um lobo: havia algo humano ali, uma negação rouca, distorcida, um "não" animalesco que me fez estremecer.
— Ca... — tentei novamente, mas então ele voltou a me encarar.
E seus olhos...
Verm