Ergui lentamente as mãos para o alto, sentindo o peso da lâmina próxima demais da minha pele. O jovem lobo atrás de mim parecia tão paralisado quanto eu.
— O que significa isso, Calie?! — ele disparou, a voz entre o choque e o medo.
— Isso não é com você, Francis! — ela gritou, os olhos cheios de lágrimas, mas queimando em ódio. — É com essa vadia ladra.
Suspirei pesadamente, tentando manter a calma. A lâmina roçava de leve na minha pele, fria, cruel.
— O que exatamente eu roubei de você? — ousei perguntar.
— NÃO FALA NADA! — ela berrou, mas eu não me calei.
— Eu só quero entender.
Meu coração martelava, mas minha voz saiu firme. Ela, no entanto, parecia à beira de perder o pouco controle que ainda segurava.
— Cassian era meu! — os olhos dela se encheram de desespero. — Meu! Ele… ele fez amor comigo, várias e várias vezes! Aqui, no casarão! Ele me ama! Ele é meu, não seu!
Engoli em seco. A dor na voz dela era tão forte que, por um instante, me deu pena. Parecia uma criança cega pelo