Heloísa Moura
Não consigo dormir direito, meu bebê está inquieto, como se sentisse a presença do pai. Sorrio com meu pensamento.
O Vittorio está aqui, em minha casa, a praticamente um passo de distância. Involuntariamente levanto da minha cama e vou até o quarto no qual sei que ele está.
Abro a porta devagar, sentindo um frio na barriga. A luz do corredor ilumina o quarto o suficiente para que eu veja a silhueta de Vittorio na cama. Ele está deitado de lado, respirando profundamente, como se estivesse realmente dormindo. Mas eu o conheço bem demais para acreditar nisso.
Dou um passo hesitante para dentro, sentindo o coração acelerar. Meu bebê se mexe em meus braços, resmungando baixinho, e meu instinto é balançá-lo suavemente para acalmá-lo. Não quero acordar Vittorio, mas ao mesmo tempo, quero que ele acorde. Quero que me veja. Quero que perceba que estou aqui, assim como ele está.
— Sei que você não está dormindo — murmuro, encostando-me no batente da porta.
Por um momento