Vittorio Bianchi
O céu da Itália desapareceu pela janela do avião, mas a sensação de que estou deixando algo inacabado me acompanha.
Heloisa foi embora. E, com ela, levou algo que não consigo nomear, mas que pesa no peito a cada dia que passa.
Eu tentei ignorar. Mergulhei no trabalho, tentei afogar a confusão em taças de vinho perfeitamente envelhecido, mas nada funcionou. A vinícola sem ela parece… vazia.
Talvez por isso eu esteja aqui, a caminho da casa dela. Assim que chego à casa dos Mouras, Hugo me recebe com um sorriso surpreso.
— Ora, ora! O que um italiano perdido está fazendo nos EUA?
Solto um suspiro, dando de ombros.
— Precisava sair um pouco da Itália. A vinícola anda bem, mas... tudo lá me lembra uma garota. E é complicado.
Hugo solta uma risada, me dando um tapa no ombro.
— Ah, então é isso! Não sabia que você estava apaixonado, Bianchi. Mas entendo, às vezes um novo ambiente ajuda a clarear a mente.
Assinto, forçando um sorriso. Ele comprou a desculpa. Mas a verdade?