Heloisa Moura
A recepção estava montada no jardim da casa dos meus pais — o mesmo onde, quando criança, eu brincava de casinha neste jardim, muitas vezes o Vittorio me pegava no colo e brincava durante horas. Ver tudo transformado com flores brancas, luzes douradas penduradas entre os galhos e mesas cheias de gente querida me fez querer chorar outra vez. Mas dessa vez, de gratidão.
Vittorio apertou minha mão quando descemos do carro. O toque dele era firme, quente, seguro. Me olhou como se quisesse decorar aquele momento para sempre, e eu soube que estávamos pensando o mesmo: conseguimos. Na mente dele passava o mesmo, podia ver sob seu olhar.
As pessoas se viraram quando nos viram chegando. Palmas, sorrisos, olhos emocionados. Eu sorri também, meio sem acreditar. A música suave tocava ao fundo, e por um segundo, achei que o mundo tinha ficado mais bonito só porque nós tínhamos dito “sim”.
— Estão prontos para a bagunça? — Marina gritou, rindo com uma taça de espumante na mão. Ela se