Eduardo avistou a mulher, sem saber quando, escalando uma grande pedra.
Em suas mãos, ela segurava a metade de uma grama, torcendo-a habilmente para formar um círculo.
- Eduardo, olha, um anel.
Ela balançou o anel feito de grama para ele, sorrindo com os olhos curvos, como da primeira vez que ele a viu.
Ele sempre apreciou o sorriso dela quando era jovem; ao sorrir, os olhos límpidos dela eram tão belos quanto a lua crescente.
Mas quanto tempo fazia desde que ele não via esse sorriso?
Sob a luz fraca, aquele sorriso límpido parecia se sobrepor ao sorriso em sua memória, fazendo seu coração bater involuntariamente.
- Eu fiz este anel. É bonito, não é?
Maria colocou o anel de grama no dedo anelar e abriu a mão para que ele visse.
Eduardo apertou os lábios, demorando um pouco antes de dizer:
- É bonito.
- Não é? É bonito.
Maria parecia muito feliz.
Ela acariciou o anel de grama em seu dedo, murmurando para si mesma:
- Naquela época, eu também fiz um para você, mas... Você jogou fora.