2

POV Amélia.

Vilarejo Riverhill.

Respirei fundo, já decidida e falei a Caleb.

— Muito obrigada! Eu fiquei assustada, o que está acontecendo? Que lugar é esse? — Perguntei a ele.

Estou bastante curiosa e preciso da ajuda dele para sair daqui.

Preciso ir para casa, ver minha mãe.

Ela sofreu um acidente, preciso saber como ela está.

Caleb me encarou, seu rosto estava todo vermelho, ele desviou o olhar.

— Você não deveria se vestir assim, é inapropriado para uma moça. — ele falou e rapidamente pegou uma manta velha que estava perto de suas tralhas de trabalho.

Ele fala de um modo estranho... antigo, para ser exata.

Então colocou sobre meus ombros, e ficou olhando para o meu rosto de perto.

Por que estava me olhando assim?

No mesmo instante, dei um passo para trás.

— De onde você é? — Caleb perguntou enquanto dava uns passos para trás e começou a arrumar suas coisas para ir embora.

— Eu sou de São Paulo. — Respondi enquanto ele me olhou pasmo sem entender nada.

— Sabe… sou do Brasil. Nunca ouviu falar? — ele continuou sem entender.

— Tais lugares não existem, nunca ouvi falar de nada parecido. — respondeu ele com o rosto confuso.

Como assim? Ele está maluco? Como que ele nunca ouviu falar do Brasil?

— Tá bom, mas que lugar é esse? Onde eu estou? Eu estava dirigindo o meu carro e do nada acordei aqui. — falei enquanto apertei a manta que ele colocou sobre meus ombros…

— O quê? Um carro? — ele balançou a cabeça, confuso. — Deixe! Venha comigo, vou te levar para o vilarejo, não posso te deixar aqui sozinha nesse estado.

Caleb estendeu a mão para mim, me olhou com certa preocupação e sorriu pra mim.

Bom, melhor ficar perto dele do que ficar sozinha. Pensei.

Se acontecer algo estranho eu corro, fujo.

Segurei em seu braço e então começamos a caminhar.

Após caminharmos um pouco, chegamos na trilha e continuamos até chegarmos em um lugarzinho bem simples e pobre, as casas são bem antigas, com animais como: porcos e galinhas andando soltos pelas casas, tudo é tão estranho… parece que eu voltei no tempo, ou fui para outro lugar…

Caleb então andou entre o pequeno vilarejo comigo, enquanto as pessoas nos olhavam assustadas, pude ouvir os sussurros vindo sobre mim, o que esse povo está falando?

Caleb fez um sinal para um senhor sentado em frente a uma grande casa, é a maior da vila, o homem então andou vagarosamente até nós, já é um senhor de idade e usa uma bengala.

— Caleb, que surpresa você traz hoje? — diz o senhor enquanto olhou para mim, estou tão desconfortável, todas aquelas pessoas vestidas dessa forma. Eu então tentei me cobrir ao máximo com a manta, e Caleb percebeu meu desconforto.

— Senhor Frei eu tenho notícias, o cavaleiro passou por aqui e alertou que vai recolher a taxa semana que vem… — diz Caleb com o rosto desapontado.

— Esse comandante, não irá parar até termos vendido tudo que temos, até mesmo nossas vidas. — diz Frei com raiva. O senhor então olhou pra mim e diz:

— Que fique claro, já temos problemas demais por aqui, até mesmo a comida está em falta…

Eu não apareci aqui por espontânea vontade, se ele soubesse não seria tão grosso assim. Antes do Senhor continuar a falar, Caleb o interrompeu:

— Ela será minha responsabilidade, eu não pedi ajuda em momento algum.

Diz Caleb em um tom sério.

Fiquei em silêncio, apenas observando.

— Entendo… — diz Frei — Esses jovens de hoje…

Ele então se virou e voltou vagarosamente até sua cadeira.

Caleb ergueu seu braço e eu o segurei, ele me guiou até o fim do vilarejo, uma casinha pequena feita de madeira e pregos grossos, com muitas ferramentas de serviço à sua volta. Algumas galinhas e uma pequena horta, vi também que tem um pequeno pomar ao fundo.

Não é um lugar tão ruim assim, me lembra aqueles filmes onde tem aqueles camponeses.

Após olhar para o céu, percebi que já está ficando a noite, observei as pessoas de casas próximas a de Caleb acender as iluminações, parecia lamparinas, era realmente bonito.

Caleb abriu então a porta da casa, era um lugar bem aconchegante, cheio de móveis feitos a mão, todos bem trabalhados.

— Sente-se. — diz ele, enquanto puxou uma cadeira para mim…

Eu me sentei e ele logo pegou alguns pães, que estavam em um pote, coberto por um pano.

— Deve estar com fome. — ele diz segurando um pão em minha direção.

— Obrigada, eu não me lembro quando foi a última vez que comi. — falei e peguei rapidamente colocando na boca sem pensar duas vezes. Minha barriga começou a doer de fome só por olhar aquele pão. Caleb então sorriu.

Eu devia estar horrível, com esses machucados e meu rosto todo sujo e suado, e meu cabelo deve estar um caco. Parei de comer o pão e respirei fundo antes de falar:

— Que lugar é esse? — perguntei enquanto rasgava pedaços do pão com a mão, era um pão duro, parecia que foi feito artesanalmente. O gosto não era tão ruim.

— Você está em Riverhill, é um vilarejo do Oeste de Edorea. — diz ele enquanto me olhava atentamente, parecendo me examinar.

— River, o quê? Nunca ouvi falar de algo assim. Realmente não sei como vim parar aqui — respondi confusa, como vim parar em um lugar que nunca havia ouvido falar antes?

Caraca, isso é muito estranho.

— Também nunca ouvi falar desse tal de São pilo. — diz Caleb pensativo…

— É São Paulo...

Solto um riso baixo.

— Será que eu viajei no tempo ou… Mundo. Não sei, universo paralelo, talvez? — Sei que é bastante estranho eu ter falado disso, mas realmente parece que estou naqueles filmes antigos.

Tenho certeza que não estou no Brasil, eu queria saber onde estou. Esse lugar é estranho, e Caleb fala de um modo tão antigo.

— Olha, desculpe, mas tenho que voltar pra casa — eu preciso achar um jeito de sair daqui.

— Não existem tais lugares aqui, eu já lhe disse. — Caleb terminou de falar.

Olhei para minhas pernas, minhas roupas sujas, minha cabeça ainda doía.

Caleb então pegou uma panela grande, parecia um caldeirão.

— Irei esquentar água para seu banho, e depois vamos cuidar dos seus ferimentos, primeiro fique aí e termine de comer, por favor. — falou e se levantou.

Coloquei a mão na cabeça e fiquei olhando para ele… levando aquele caldeirão para algum lugar.

O que eu faço agora? Fico aqui até entender o que está acontecendo, ou me arrisco lá fora?

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP