Parte 24...

Matteo

O silêncio que se seguiu foi pesado, quase sufocante. Cada respiração dela era medida, quase desafiadora, e mesmo assim, havia fragilidade.

Eu podia sentir o cheiro de seu cabelo, o suor frio da corrida em sua testa, a adrenalina que ainda corria em suas veias. Ela não sabia o que fazer, não sabia como reagir. Nem eu queria que soubesse agora. Seus olhos grandes me encaravam por um instante e depois ela desviava o olhar.

— Eu... Eu vou gritar – ela se mexeu na cama.

— Você não vai gritar. – segurei seu olhar, firme, aproximando minha mão do braço dela, sem tocá-la, só para reforçar o aviso. — Entendeu? Estamos em um hospital, não faça bobagens aqui.

Ela mordeu o lábio inferior, tentando controlar a respiração. Os olhos enormes me fixavam, desafiadores