Van virou devagar, como quem aprecia o timing da cena, os olhos vermelhos brilharam. Ele soltou os cabelos de Juno, que caiu para a frente, os braços presos não segurando peso nenhum. Estava consciente, mas os músculos não obedeciam.
— Olha só… — ele disse, num sorriso de escárnio, passeando o olhar por Melia como por uma vitrine. — Finalmente… Por um momento, achei que não viria por sua amiga.
Melia deu dois passos, as mãos ainda erguidas em sinal de rendição.
— Deixa ela. — A voz dela tremeu, mas não cedeu. — Eu disse que me rendo, vim por ela. Sou eu quem você quer, me leva.
— Você tá se oferecendo? — ele perguntou como quem provoca criança.
— Tô me entregando. — Melia corrigiu, e a palavra veio com um peso de quem assina sentença. — Solta a minha amiga.
Van riu, divertido.
— Eu nunca disse que era uma ou outra. — Fez sinal com a mão. — Algemas!
Um batedor entrou rápido, abriu uma bolsa e tirou dois aros espessos, brilhando opaco no escuro. Prata. O cheiro de metal estourou nas na