O cemitério do bairro ficava a poucos quarteirões dali, em uma pequena colina coberta de árvores retorcidas. Melia chegou ao portão de ferro e hesitou, respirou fundo e entrou, cada passo levantava folhas secas e terra, e o silêncio parecia esmagar seus tímpanos. Seguiu sem olhar para os lados, guiada apenas pela vaga lembrança de onde deixara o caixão da mãe. Quando alcançou o túmulo, as flores já murchavam nas laterais, e a cruz de madeira tremia na brisa.Melia ajoelhou-se diante do buraco tapado, as mãos tremendo enquanto retirava o capuz do vestido. O rosto pálido não conseguia conter o choro, as lágrimas escorriam, misturando-se à chuva miúda que começara a cair, como se o céu também chorasse.— Desculpa, mãe… — sussurrou, com a voz falhando. — Não sei o que fazer sem você.Ela ficou ali por muito tempo, nem sabe quantas horas foram, falando baixinho, contando memórias. Lembrou das noites em que Selene a embalava, das histórias sobre Valtheria, dos sorrisos, dos medos que a mãe
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