Dois séculos.
E a deusa da lua tinha decidido que sua alma gêmea estaria vivendo num bairro renegado, se prostituindo para sobreviver, morando num prédio caindo aos pedaços como aquele?
Killer rosnou sozinho, os dedos apertando o corrimão velho com tanta força que a madeira rangeu, quase quebrando.
A raiva não era dela.
Era do destino.
Ele não entendia, mas tinha certeza de uma coisa: não iria rejeitá-la. Nem pensar. Aquele vínculo era dele, e ele nunca deixaria escapar. Não importava quem ela era antes agora era sua companheira e seria sua luna, aquela vida maldita e humilhante desapareceria e ela viveria como uma rainha, se ela quisesse ele a vestiria em ouro puro para que entendesse que tudo naquela maldita cidade era dela e de ninguém mais.
Quando chegou no oitavo andar, se inspirou com força, sentindo o rastro deixado pelo perfume dela ao redor. O corredor estreito tinha paredes amareladas e luzes fluorescentes que piscavam, criando uma atmosfera sufocante de abandono.
Killer