Walter observou por alguns instantes, como um predador paciente, antes de sair da sala, deixando-a finalmente sozinha.
Assim que a porta se fechou, Bianca soltou o ar que nem percebera estar prendendo. Passou a mão pelos cabelos, tentando organizar os próprios pensamentos.
“Ele pensa que vai me abalar. Pensa que vai me usar para atingir Fernando . Mas está enganado.”
Sentou-se na poltrona giratória e encarou a cidade pela janela. Apesar da ansiedade, sentiu uma onda de determinação tomar conta de si. Estaria atenta, cada minuto, cada palavra, cada gesto. Se Walter tentasse qualquer coisa contra Fernando, ela seria a primeira a impedir.
O barulho metálico dos guindastes no estaleiro ecoava pela manhã, misturado ao ronco dos motores e ao som seco de marteladas. O ambiente carregava consigo uma energia pesada, um reflexo fiel do humor de Fernando naquela terça-feira.
Desde cedo, ele já sentia o peso da irritação corroer cada nervo do corpo. Bianca. O nome dela martelava na sua me