A palavra “neta” parecia pesar mais do que qualquer outra. Bianca a pronunciou com intenção, como se fosse uma forma de reafirmar que Valentina pertencia àquele sangue, àquela família, mesmo que Fernando tivesse escolhido renegar.
Os olhos de Célia marejaram.
— Bianca… meu anjo, isso não pode ser definitivo… vocês se amam, eu sei que se amam…
Bianca fechou os olhos, como se aquelas palavras fossem facas.
— O amor não sobrevive sem confiança, dona Célia. — murmurou, e dessa vez sua voz quebrou.
— E ele… ele matou a nossa confiança hoje.
O silêncio que seguiu foi denso, carregado de lágrimas contidas. Bianca respirou fundo, ergueu o queixo e enxugou os olhos com a mão trêmula. Já não queria demonstrar fraqueza. Já não queria parecer a mulher implorando por algo que não existia mais.
Célia, com o coração apertado, apenas a observava. Queria dizer mil coisas, queria defender o filho e ao mesmo tempo pedir perdão em nome dele, seja lá o que ele tenha feito , mas se ele magoou Bianc