Fernando entrou na mansão ao cair da tarde. O sol ainda iluminava os vitrais do hall principal, espalhando tons dourados pelo mármore frio. Mas, para ele, a casa parecia mergulhada em sombras. O silêncio o atingiu primeiro — um silêncio estranho, pesado, sufocante. Naquele horário estava acostumado a ouvir a voz de Bianca dando instruções à babá, os passinhos apressados de Valentina correndo pelos corredores, o som das risadas infantis ecoando pelos cantos.
Naquele instante, porém, só havia vazio.
Deixou a pasta cair sobre a mesa lateral e caminhou com passos firmes, mas o coração acelerado. Não queria admitir para si mesmo, mas temia que Dona Célia tivesse razão. Temia que Bianca tivesse realmente partido.
— Bianca? — chamou, ele, na esperança que ela ainda estivesse ali ,que tivesse mudado de ideia. a voz ressoando pela escadaria imensa. Nenhuma resposta.
Subiu os degraus de dois em dois, o peito pesado. Ao chegar ao corredor dos quartos, abriu a porta do quarto da filha. O impa