Paola observava o corredor com a calma de quem sabe exatamente para onde vai, mas por dentro o sangue pulsava como um tambor de guerra. Desde o instante em que vira Fernando saindo da sala de Bianca com aquele sorriso satisfeito — o mesmo que ela conhecia bem demais —, algo se quebrou dentro dela. Não precisava de mais provas. Somado aos gemidos abafados que ouvira minutos antes, aquilo era a confirmação de que estavam mais unidos do que nunca.
Se continuasse assim, ela jamais conseguiria separá-los. E Paola não era mulher de aceitar derrotas.
Caminhou decidida até o elevador, cada passo ecoando como um golpe seco no piso de mármore. O destino estava claro: a sala de Raul. Se alguém podia ser manipulado para servir aos seus planos, era ele.
Quando a porta se abriu no andar da diretoria, ela se recompôs, ajeitando os cabelos e assumindo um sorriso calculado. Bateu duas vezes, breves e firmes, antes de empurrar a porta.
Raul estava sentado atrás da mesa, lendo um relatório, mas ergu