Raul arqueou a sobrancelha.
— Você acha que Fernando é do tipo que engole insinuação?
— Não no início — respondeu ela, firme.
— Mas quando for ele mesmo a ver, quando estiver diante dos próprios olhos, a dúvida vai ser inevitável.
Raul ficou pensativo, tamborilando os dedos na borda da mesa.
— E depois?
— Depois… — Paola sorriu, um sorriso frio —, deixamos que a dúvida cresça. E quando o momento certo chegar, damos o empurrão final.
Raul se recostou novamente, agora com um brilho perigoso no olhar.
— Você é mesmo venenosa, Paola.
— Eu prefiro “estrategista” — corrigiu ela, levantando-se e ajeitando a saia.
— E, se me permite dizer, nós dois podemos ser imbatíveis juntos.
Ele não respondeu de imediato, mas a expressão era de quem já estava saboreando a possibilidade.
Quando Paola se virou para sair, Raul disse:
— Vou pensar no seu plano… mas saiba de uma coisa: se der errado, eu não vou hesitar em te derrubar junto.
Paola olhou por cima do ombro, o sorriso intacto.
— V