Capítulo 7

Ettore Bellucci

A boate pulsava em um caos ritmado. A música ensurdecedora vibrava nas paredes, luzes de neon cortavam o escuro em flashes alucinantes, e o calor dos corpos misturado ao cheiro de álcool e perfumes baratos criava um ambiente carregado. Mas nada daquilo realmente me atingia. A noite, antes um refúgio para descarregar o peso dos dias, agora era apenas mais um cenário inútil. A tensão que me acompanhava desde cedo ainda latejava sob minha pele.

O jogo de poder nas sombras, a ameaça invisível que pairava sobre nós, estava pesando mais do que qualquer prazer efêmero que aquelas paredes poderiam oferecer. Quando saímos da área VIP, ainda com o cheiro de sexo grudado nas roupas, um pensamento se firmava na minha mente: algo estava fora do lugar.

Henrico caminhava ao meu lado, com seu típico sorriso debochado. Ele sempre foi o mais irreverente entre nós, aquele que não perdia uma oportunidade de lançar piadas, mesmo quando o mundo parecia prestes a desmoronar. Seu s