Era sábado. E pela primeira vez em meses, não havia reuniões, ameaças ou olhares duvidosos cruzando o portão da mansão Marchesi.
A casa estava silenciosa, exceto por um som suave vindo da cozinha. Dante, com a camisa branca parcialmente desabotoada e o cabelo um pouco bagunçado, equilibrava uma frigideira com uma mão e o bebê no canguru preso ao peito.
— Nós vamos fazer panquecas pro café da manhã da mamãe, sim senhor. Mas você tem que me ajudar a não deixar queimar— murmurava para Villano, que, aos dois meses, observava tudo com olhos atentos e redondos.
Unirian apareceu na porta da cozinha com um sorriso sonolento e o roupão amarrado preguiçosamente. Ao ver os dois juntos — pai e filho em plena harmonia — ela apoiou-se no batente da porta, sentindo o peito apertado de amor.
— Esse é o homem mais perigoso da Itália fazendo panquecas de ursinho com um bebê amarrado ao peito. Isso precisa ser registrado.
Dante olhou para trás e sorriu, aquele sorriso raro, que só ela conhecia.