(Quarto de Angel, 7:30)
Angel
A porta bateu. E com ela, foi embora o ar dos meus pulmões.
Lucas saiu, mas deixou tudo dele aqui. O toque, o olhar, a maldita tensão que grudava na pele como suor.
Encostei na porta, ainda enrolada na toalha. Fechei os olhos. Tentei recuperar o fôlego, o senso, a pose. Mas tudo em mim ainda vibrava. De raiva, de desejo, de confusão.
"Se eu cruzar essa linha, não volto mais."
Ele disse isso como se a linha ainda existisse. Como se ela já não tivesse sido atravessada mil vezes, com olhares, silêncios e vontades não ditas.
S