No Vale da Névoa
O silêncio na câmara de Selenna era pesado e carregado, quebrado apenas pela pulsação baixa e irregular do Coração da Serpente. A ruptura violenta de seu elo com Darian ainda ecoava em seus ossos, uma dor fantasma que alimentava um buraco negro de fúria dentro dela. Ela estava diante da gema, imóvel, seus olhos fixos nas veias roxas que pareciam mais escuras, quase negras, como um coração envenenado.o
A porta da câmara se abriu com um estrondo. Finn entrou, seu rosto pálido, a confiança habitual substituída pelo pavor. Atrás dele, arrastando-se e encolhendo-se como animais acuados, estavam Elara, a tecelã, e os outros espiões que haviam fugido do santuário. Eles cheiravam a suor, medo e à energia residual daquela luz purificadora, um odor que fez Selenna enrugar o nariz em repulsa.
— Alpha... Finn engasgou, ajoelhando-se. Eles... eles voltaram.
Patrícia caiu de joelhos, suas mãos sujas de terra da fuga.
— Foi... foi uma armadilha ela sussurrou, sua voz um fio de