O outono aprofundava seu domínio sobre a floresta, e o ar no santuário do Amanhecer Prateado carregava um novo tipo de tensão. Não era mais o medo paralisante do desconhecido, mas a antecipação agoniada de um ataque iminente. Todos sabiam que Selenna não se daria por vencida. A questão era como e quando ela golpearia.
Para Darian, a espera era uma tortura. O pingente de ferro era um peso constante contra seu peito, um lembrete mudo de sua dupla lealdade. Cada dia que passava sem um novo contato era um alívio e uma agonia. Até que, numa tarde nublada, a mensagem veio.
Ele estava na biblioteca, tentando se perder na leitura de um tratado sobre arquearia antiga, quando uma sombra bloqueou a luz da sua lâmpada. Era Patrícia, a tecelã. Seus dedos, sempre em movimento, pousaram brevemente sobre a página aberta, tocando uma ilustração de uma flecha de caça.
— A Espiral observa sua paciência; sussurrou ela, sua voz um fio de vento venenoso. Agora, é hora de agir. Há um objeto no quarto das