Evelyn
Eu não queria pensar. Só queria distância. Distância do olhar dele, do toque dele, das coisas que ele disse… e das que não disse. Mas quanto mais eu tentava fugir, mais Dante parecia sentado no banco do passageiro, respirando perto demais.
Eu dirigi até a primeira rotatória, deixei o carro seguir pelo fluxo e respirei fundo. Precisava decidir rápido. Não tinha muitas opções. O internato? Nunca mais. Hotéis? Dante encontraria em meia hora. Sobrou o único lugar que ele jamais imaginaria: minha tia. A única pessoa que me escreveu depois que minha mãe morreu. E a única que parece realmente se importar comigo.
Peguei o telefone na mente — porque nunca tive coragem de salvá-la na agenda — e reparei que meu estômago apertava só de pensar em vê-la. Quase uma década desde a última vez. Bem… era isso. Liguei a seta, entrei na via certa e segui.
Pare no posto, Evelyn. Respira.
Eu parei.
Enchi o tanque com mãos trêmulas, o ar gelado batendo no meu rosto quente, e tentei ign