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Capitulo 5- O vampiro à Espreita

O silêncio que caiu sobre a floresta era pesado demais para ser natural.

As folhas não balançavam.

O vento não soprava.

O ar estava imóvel — como se a noite inteira aguardasse o próximo movimento.

Alex ficou parado à frente de Luiza, o corpo em postura de ataque. Cada músculo dele parecia prestes a explodir. O rubi nos olhos queimava tão forte que iluminava sutilmente a pele dele sob a lua.

— Alex… — Luiza sussurrou — ele realmente está aqui?

— Sim — respondeu ele, sem desviar o olhar da escuridão entre as árvores. — Eu sinto o cheiro. Sangue antigo. Frio. Doce demais para ser humano.

Luiza engoliu seco.

— E por que ele não aparece?

— Porque é covarde — rosnou Alex. — Vampiros adoram observar antes de atacar. Calculam cada passo. Nunca mostram o rosto até terem certeza de que podem conseguir o que querem.

Luiza sentiu a espinha arrepiar. Não porque temia Lucas… mas porque algo nele a tinha intrigado profundamente. Ao contrário de Alex, que queimava como fogo, Lucas emanava um tipo de calma gélida, quase hipnótica.

E ela odiava admitir… mas parte dela queria vê-lo de novo.

— Alex… — começou, hesitante — ele disse que quer me proteger.

Alex se virou tão rápido que Luiza se assustou.

— Não ouse acreditar nisso.

O tom dele era metade raiva, metade… medo.

Medo por ela.

— Ele quer você por um motivo — Alex continuou. — Vampiros não se aproximam de humanos sem intenção. E quando a intenção é você…

Ele respirou fundo, tentando se controlar.

— Eu não vou deixar que ele te leve.

Um arrepio percorreu o corpo de Luiza — não de medo, mas de algo quente, quase doloroso. A forma como Alex a olhava a deixava sem ar. Como se ela fosse o centro do mundo dele. Como se perder uma única respiração dela fosse o suficiente para destruí-lo.

— Eu não sou um objeto pra ser levado — ela retrucou, mais firme do que esperava.

Os olhos de Alex suavizaram por um instante. O caramelo apareceu por baixo do rubi, brilhante com algo que era quase… carinho.

— Eu sei. — Ele se aproximou devagar. — Mas você é importante demais para ser deixada sem proteção. Para mim… e para a maldição.

Ela sentiu um nó na garganta.

— Eu não pedi nada disso, Alex.

Ele tocou o rosto dela.

— Eu sei. — A voz dele saiu mais baixa, mais humana. — Mas eu pedi por você. A lua ouviu meu chamado muito antes de eu querer aceitar.

Os dedos dele deslizaram pela linha da mandíbula dela, e o toque acendeu algo quente demais sob sua pele.

— Você me assusta, Alex — ela admitiu, a voz trêmula.

Ele sorriu de um jeito triste.

— Eu também me assusto com você.

Um estalo ecoou entre as árvores. Alex girou o corpo na hora, colocando Luiza atrás de si novamente.

— Continue falando com ela — uma voz suave disse, surgindo na escuridão. — Isso me ajuda a entender onde posso acertar.

Luiza estremeceu.

Lucas surgiu das sombras como se a noite o moldasse.

Caminhou devagar, elegante, sem pressa.

A luz da lua refletia em sua pele pálida, e seus olhos azuis brilhavam intensos e perigosos.

— Lucas — Alex rosnou. — Dê mais um passo e eu arranco sua cabeça.

— Sempre tão agressivo — Lucas respondeu, erguendo as mãos como se fosse inocente. — Você deveria cuidar da sua maldição antes de se preocupar comigo.

O rubi nos olhos de Alex brilhou com força. Luiza sentiu a tensão dele triplicar.

Lucas sorriu… para ela.

— Luiza. — A voz dele saiu suave, quase íntima. — Eu estava preocupado.

Alex praticamente explodiu.

Ele avançou um passo, e a terra tremeu. Lucas ergueu as sobrancelhas, mas não recuou.

— Eu não quero lutar — disse o vampiro. — Por enquanto. Quero apenas conversar com ela.

— Você não vai se aproximar dela nunca mais — Alex rosnou.

— Ela decide isso. Não você. — Lucas olhou diretamente para os olhos de Luiza. — Você quer falar comigo, Luiza?

O coração dela perdeu o ritmo.

Alex se virou para ela, o rubi queimando como fogo vivo.

— Não responda — disse ele, baixo, quase suplicando. — Ele vai tentar manipular você. Ele é perigoso.

Lucas sorriu, divertido.

— Todos somos perigosos, Alfa.

Luiza fechou os olhos por um segundo. Estava dividida.

Lucas a intrigava, a atraía de um jeito frio, racional e intelectual.

Alex… Alex a incendiava. Mexia com o corpo, com o instinto, com algo primitivo nela.

Mas ela precisava de respostas.

— Eu quero ouvir o que ele tem a dizer — Luiza disse, finalmente.

O silêncio caiu.

Alex parecia ter levado um golpe no peito.

— Luiza — ele sussurrou, chocado.

Lucas sorriu devagar, satisfeito.

— Eu prometo que não chego mais perto do que isso — disse ele. — Por enquanto.

Alex soltou um rosnado tão profundo que a lua pareceu estremecer.

— Isso é loucura! — Alex murmurou, encarando Luiza como se ela estivesse se aproximando de um precipício. — Eu sinto quando ele mente. E ele está mentindo agora.

Lucas arqueou as sobrancelhas.

— Não estou mentindo. Não hoje.

— O que você quer com ela? — Alex exigiu, a voz cortada por fúria contida.

Lucas olhou para Luiza como se estivesse olhando para algo precioso.

— Quero que ela desperte. Quero que ela saiba quem realmente é. E quero que ela tenha escolha.

Luiza abriu os olhos com choque.

— Escolha? — ela repetiu, a voz fraca.

Lucas sorriu, suave.

— Entre ser consumida pela maldição dele…

Ou encontrar seu poder… comigo.

Alex avançou num salto — rápido, brutal — e a floresta explodiu em movimento.

Luiza gritou.

E a guerra entre lobo e vampiro começou.

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