Chegamos no apartamento de Ettore, longe de tudo que eu já havia vivenciado no Rio. O apartamento a primeira vista era pequeno e simples, com sala e cozinha conjugada e mais três portas que estavam fechadas, o piso em tacos de madeira revelavam que era um apartamento antigo. Um arrepio percorreu minha espinha quando pensei sobre o quão incerto era meu futuro agora, mas eu iria encarar o que viesse, a vida já me testou uma vez e eu consegui, não será diferente dessa vez.
Ettore me observava atentamente, um traço de sua personalidade, não tenho certeza se nessas observações ele está me julgando ou apenas analisando, mas em todas as vezes eu sinto como se ele pudesse enxergar até minha alma. Era difícil decifrá-lo, como se estivesse em códigos ultrasecretos.
— Você é sempre tão calado? — arrisquei olhando para ele.
— Só com quem eu não gosto ou não tenho intimidade. — respondeu caminhando até a cozinha.
— Vou considerar a última opção, afinal, você não tem intimidade comigo sequer pa