Só havia o vazio, a escuridão, por onde quer que eu olhasse, desesperada dei um passo para frente e caí no vazio, uma queda que parecia não ter fim e eu sequer tinha voz para gritar, estava presa na garganta, uma sensação angustiante. Até que finalmente acordei.
Não sabia por quanto tempo eu fiquei apagada, mas acordei numa sala branca sentindo o cheiro característico de hospital, minha cabeça doía, mas não tanto quanto minha perna. No meu braço um cateter enviava soro na veia e um outro equipamento media minha frequência cardíaca, estava um pouco alterada. Me lembrar dos motivos que me levaram até ali, doeu mais do que qualquer dor física que eu sentia no momento e uma questão em específico era a pior de tudo: o que eu faria da minha vida agora?
Ouvi vozes masculinas na porta e embora eu desejasse me levantar e ir até lá, meu corpo estava pesado demais, fiz um pequeno esforço para me acomodar na maca e dali pude ver minha perna esquerda presa em gesso e enfaixada em gaze e esparadrap