Estou completamente nua na frente dele, enquanto ele se masturba. E, por algum milagre, ainda consigo ouvir uma voz no fundo da minha cabeça dizendo: "Alerta vermelho, Carol. Alerta vermelho!"
Mas raciocinar? Impossível. Só consigo imaginar como é sentir aquele pau dentro de mim. As mãos dele entram no meu cabelo como se tivessem endereço certo. Me puxam firme, e ele levanta meu pescoço. O nariz dele roça a minha clavícula e a respiração quente na minha pele me arrepia inteira. Fecho os olhos. Eu o quero. Muito. Sigo o instinto e puxo seu cabelo também. Nossos lábios se tocam. Os braços dele enrijecem — acho que está perto de gozar. —Holt… —sussurro. —Sala. Agora. —Me afasto. Ele paralisa. —Você não seria capaz... Aponto para a sala. Olhar firme. Ele me encara, incrédulo. —VOCÊ É LOUCA! —Fico feliz que tenha percebido. Agora, sem mais gracinhas. —Viro de costas, porque se olhar de novo... vou explodir. —Carol, isso é tortura. —Ele suspira. —Nem uma rapidinha? —Sinto seus dedos deslizarem do meu pescoço até minha lombar. Tentador. Muito. —Sem chances. —Me amaldiçoo por dentro. Porra! —Não vou insistir. —Ele recua. —Mas acho que agora preciso de um banho. Pego toalhas e entrego pra ele, indicando o outro banheiro. Ele vai em silêncio, e eu sigo para o meu. Minha pele ainda queima. Sinto o toque dele como se ainda estivesse sobre mim. Aquele homem exala sexo cru. Sujo. Descarado. Enquanto a banheira enche, olho para o espelho. Meus dedos tocam a pele onde a boca dele esteve. Me arrepio. Quero me tocar. Preciso. Pego um dos meus brinquedos. Esquecido numa gaveta há tempo demais. Não é ele… mas vai ter que servir. A vibração começa. Brinco com os seios. Meus dedos fazem círculos no clitóris. Na mente, a imagem fresca de Christopher se masturbando. Desço o vibrador até minha boceta. Aumento a intensidade. Meu corpo treme. Me apoio na pia. Estou tão perto… —Christopher… —gemo baixo. —Olá, Collins. —Abro os olhos. Ele está ali, atrás de mim. Posso expulsá-lo. Mas não vou. Preciso dele. Dentro de mim. Agora. —Por favor… —ele não espera mais. Uma mão na minha cintura, a outra guia o pau até mim. —Holt, p-por favor… Ele me penetra com força. Minhas pernas falham, mas ele me segura. As estocadas são lentas, profundas. —Tão quente... e tão molhada… Nossos olhos se encontram no espelho. Seu maxilar está travado. O suor escorre. A banheira transborda. Eu quase também. O ritmo acelera. Uma, duas, três estocadas… ah! O som da virilha batendo contra minha bunda é indecente. E delicioso. —Christopher, porra! Rápido! —Ele para. Me vira, me coloca na pia, uma perna no ombro. Me enforca com a mão, suga meu lábio inferior. —Você é a minha puta agora. Vai gozar olhando pra mim. —Segura meu rosto. —Holt… sou tudo o que você quiser. Só me faça gozar! Ele me fode com força. Meu útero contrai. Fecho os olhos. TAPA! Assustada, abro os olhos. —Chris... —Você vai gozar olhando pra mim. —Aperta meu rosto. Obedeço. E gozo. Escandalosamente. Meu corpo inteiro treme. Me contraio várias vezes, sem controle. Ele continua, me atravessando como se fosse a última trepada do mundo. Logo ele também estremece. Gozando dentro de mim, xingando palavras indecifráveis no meu pescoço. Me abraça. Termina. Respiração ofegante. —Então... agora eu tenho um banheiro inundado. —Brinco, olhando a água no chão. —Acho que não foi só o banheiro, Collins. —Ele ri. —Você é sujo, Holt. —Agora? Só um pouco. —Pisca. —Tome seu banho. Eu limpo isso aqui. (Pelo menos ele é útil depois do caos.) Depois do banho, ele cumpre o prometido e limpa o banheiro. Faço um sanduíche para nós dois. Comemos em silêncio. Mas aquele silêncio… sabe? Malicioso. Preguiçoso. Gostoso. Exausta, deixo ele dormir na minha cama. Que seja. --- A noite foi… tranquila. Christopher se agarrou a mim como um bicho carente. E, por incrível que pareça, eu gostei. Acordo pontualmente às 09:00. Uma mão no meu peito. Retiro devagar e me levanto. Ele continua ali, dormindo como um anjo tarado. A mão que antes apertava meu peito agora repousa no travesseiro. Sorrio. Sigo até a cozinha. Cheiro de café. Beatriz está ali, cantarolando alegremente. Clássico. —Bom dia, Trice. —falo, já sabendo o que me espera. —Muitíssimo bom dia, Carol! —sorriso de orelha a orelha. Ela sabe. Claro que sabe. —Que felicidade é essa? —Eu ouvi. E estou muito feliz por você! —Ela levanta a caneca. —Não existe mais teia de aranha nem musgo nesse buraco que você chama de vagina. —Trice! —reviro os olhos. —Você deu. E agora é uma pessoa menos amarga. —Mando um dedo do meio. —Aproveite seu homem. —Ela pisca. —Wanessa não está em casa. Pode gemer à vontade. —Sai rindo. Suspiro e termino de montar a mesa do café. Quando quase termino, Christopher aparece. Cueca. Cabelo desgrenhado. Rosto amassado. Sorriso idiota. —Colins, bom dia! —Holt. —aceno. —Sente-se. Tome café comigo. Ele obedece, silencioso por um tempo. —Ontem você praticamente me interrogou. —Diz, franzindo o cenho. —Claro. Você era um desconhecido com cara de perigo. —Dou de ombros. —Justo. Mas ontem não era lugar nem hora pra isso. —E agora é? —Agora é perfeito. —Sorri. —Sem som, sem álcool, sem você me provocando a ponto de eu querer te comer na mesa. Flash da noite anterior. Me concentro beliscando o nariz. —Agora é minha vez de fazer perguntas. —Ele continua. —Manda. —Por que trabalha no hotel? —Porque preciso. Não tenho a vida ganha igual a você. —Mas olha esse apartamento... —Divido com duas amigas. Elas pagam quase tudo. —Seus pais não te ajudam? —Faz vinte e cinco anos e oito meses que eles não me ajudam em nada. —Sarcástica, claro. —O que aconteceu? Pausa. Antes, eu choraria. Hoje? Cresci sem eles. Cresci bem. E com gente maravilhosa ao meu redor. —Me largaram num orfanato com quatro meses. —Dou de ombros. —E os seus? —Meu pai morreu quando eu tinha seis. Minha mãe casou de novo quando eu tinha treze. Agora vive colada no meu padrasto. Ele é um cara legal. —Sorte a sua. —Sinto uma pontada estranha, mas ignoro. —Tá me colocando pra fora? —ele pergunta, ao ver que me levanto. —Você ainda tá aqui? —provoco. —Ontem foi um acidente. Só isso. —Acidente, é? —ele bufa. —Você me magoa, Collins. Ele termina o café, pega as roupas no sofá, começa a se vestir. —Você trabalha hoje? —Não. —Respondo com a cabeça. —Então posso te ver mais tarde? Ou só amanhã no hotel? —Amanhã, Holt. Acompanho até a porta. Ele faz bico. —Posso te dar pelo menos um beijo? Dou um selinho rápido e o empurro pro corredor. Ele sorri e segue sem olhar pra trás. Christopher Holt é um problema. E eu sou doida por problemas.