ANYA DEVEREUX — Um tempo depois…
A realeza exige máscara, não cura.
Passei a manhã inteira tentando convencer a mim mesma de que esta noite não significa absolutamente nada.
É apenas mais um baile protocolar.
Apenas política disfarçada de celebração.
Apenas mais uma encenação elaborada para que todos os presentes acreditem firmemente que estou feliz ao lado do homem que me impuseram e que aceitei sem questionar… mas que, na verdade cruel, foi imposto a mim por circunstâncias que nunca controlei.
Tem sido assim desde que acordei naquela manhã.
Desde que abri os olhos pesadamente e vi o teto do quarto, sentindo uma dor aguda pulsar nos pulsos enfaixados, percebendo com choque entorpecido que ainda estava viva quando tinha certeza absoluta de que não estaria.
Lembro-me vagamente de fragmentos daquela noite terrível — a água fria tingindo-se de vermelho, a sensação de paz estranha me envolvendo enquanto a vida escorria, e então a voz dele gritando meu nome com um desespero que