ORION DOMINUS.
O perdão não foi dado — apenas adiado.
Nunca mais quero sentir o terror paralisante de segurá-la desacordada, incerta se ainda respirava.
Nunca mais quero gritar desesperadamente por médicos enquanto seu sangue escorria entre meus dedos impotentes.
— Você está tremendo — observo baixo, notando como seus ombros estremecem levemente.
Ela não responde, apenas continua encarando a água como se ali encontrasse algum tipo de hipnose protetora.
Sem pensar nas consequências, tiro meu manto pesado e o coloco cuidadosamente sobre os ombros dela. O tecido a engole completamente — ela parece ainda menor sob o peso.
Ela se encolhe ligeiramente ao toque do tecido, mas não o remove.
— Obrigada — sussurra finalmente, a voz rouca e baixa.
É a primeira vez em dias que ela me agradece por qualquer coisa.
Algo no meu peito se aperta e se aquece simultaneamente.
— O médico disse que você pode começar a fazer caminhadas curtas — comento, tentando soar casual. — Disse que o