ANYA DEVEREUX.
O coração esconde ruínas; a vida insiste em expô-las.
O castelo finalmente quase silencia quando me recolho ao quarto, fechando a porta pesada atrás de mim com um cuidado excessivo, como se o simples ato de fazê-lo pudesse selar o mundo exterior para sempre. Os ecos perturbadores da festa ainda latejam insistentemente nos meus ouvidos — as risadas exageradas e embriagadas, o som estridente das taças de metal se chocando umas nas outras em brindes vazios, o perfume enjoativamente forte e artificial das mulheres que se penduravam descaradamente nele como se ele fosse um troféu de guerra recém-conquistado, algo a ser exibido e possuído.
Eu deveria me acostumar a tudo isso.
Deveria simplesmente aceitar esta nova realidade cruel como inevitável.
Mas meu peito arde intensamente com algo que não consigo nomear adequadamente — não é ciúme, não pode ser ciúme verdadeiro! É algo diferente, mais profundo e corrosivo. É... violação. Profanação sagrada. É como se alguém tivesse inva