ANYA DEVEREUX.
O passado esmaga; o presente impõe domínio.
Aproxima-se devagar, com movimentos medidos e deliberados.
Como um predador avaliando presa encurralada.
— Não pertence a mim? — repete as palavras com desdém cortante, saboreando cada sílaba. — Você tem absoluta certeza dessa afirmação?
— Absoluta — respondo com mais firmeza do que eu esperava conseguir reunir, endireitando minimamente os ombros. — Este lugar é meu. Exclusivamente meu e do Victor. Você não tem o direito de entrar aqui sem permissão.
Por um instante fugaz, algo indefinível passa nos olhos escuros dele. Algo sombrio e perturbador. Algo profundamente ferido que tenta imediatamente esconder.
— Você pode repetir isso? — murmura baixo, a voz perigosamente suave, carregada de ameaça velada.
— Não tem o direito — insisto teimosamente, mesmo tremendo visivelmente dos pés à cabeça. — Você já tomou tudo o que podia de mim... minha vida, meu futuro, meu nome. Não vai conseguir tomar isso também. Não vou permitir.
O silên