O ambiente na biblioteca era silencioso, carregado por uma tensão que nenhum dos dois ousava romper de imediato. O livro já repousava sobre a mesa de madeira escura, sua capa antiga, de couro gasto e ranhuras profundas, parecia pulsar uma presença própria. As marcas do tempo tornavam-no quase sagrado. Hérus observava o comportamento inquieto de Lian apenas com o olhar, seu semblante permanecia sério. Lian andava de um lado a outro como um predador enjaulado, depois da última frase de seu irmão, parecia que nada conseguia o manter parado.
A sala da biblioteca era ampla, repleta por estantes com livros antigos. O cheiro de pergaminho misturava-se ao leve aroma de madeira envelhecida. Cortinas pesadas bloqueavam a luz exterior, permitindo apenas o brilho amarelado das velas altas que tremulavam, projetando sombras dançantes pelas paredes.
Até que finalmente, Hérus falou, com a voz firme, mas carregada de um cansaço já extenso:
— Você está fora de controle, Lian. Se quiser continuar aqui,