Lilian
Sempre fui uma garota curiosa que não conhecia limites para minha curiosidade. Na mesma intensidade que algo me atormentava e me assustava, algo me chamava para o abismo daquela curiosidade.
Não deveria ter tido a brilhante ideia de colocar um garfo na tomada quando eu criança, mas mesmo assim fui em frente. Eu não deveria estar gostando tanto dessas novas sensações. O pecado não deveria me parecer a escolha certa.
Redenção. Ela é a que eu deveria estar procurando. O perdão divino. Mas seria mentira, pois no segundo instante em que eu colocasse meus olhos nele, minha alma clamaria pela sua.
Eu esperava, de olhos abertos e fixos na porta. Esperava que a qualquer momento ele passaria pela porta e se deitaria ao meu lado.
A ideia de ter que compartilhar a cama era aterrorizante, não seria um simples beijo. Estava escrito em seus olhos que ele desejava por mim como o inferno clamava por mais almas.
Desejo nu, cru, sujo e depravado.
Acordei na manhã seguinte, com o canto dos pás