Em um dado instante, Morpheus agarrou minhas mãos com força e me reteve de tal forma que eu me contorcia em seu aperto. Já não consegui conter as lágrimas e as deixei escorrer livremente.
— Você está chateada, Princesa.
— Claro que estou, e você não deveria ter voltado! — Gritei.
Naquele momento, pela primeira vez desde que o conheci, percebi um brilho de choque nos seus olhos. Ele soltou minhas mãos com delicadeza e permaneceu em silêncio absoluto.
— Eu estava seguindo em frente com minha vida e encontrando felicidade, mas agora você voltou para me abalar novamente. Você continua me abandonando.
— É porque estou tentando protegê-la, Princesa.
— Proteger-me enquanto me abandona? Quem protege alguém a deixando completamente sozinha? De quem você está me protegendo?
— De mim mesmo. — Ele disparou antes que eu pudesse terminar de perguntar.
Parei em minha caminhada e o encarei, tomada por pura confusão.
— Estou protegendo-a de mim. Sou um monstro, e você não deveria ficar perto de mim.
—