MORPHEUS
Minha mente estava repleta de pensamentos confusos e eu não sabia o que fazer. Lá no fundo, havia um medo constante de perdê-la, mas afastar-me era justamente o que eu precisava para mantê-la segura. Se ela descobrisse meu envolvimento na morte do irmão, odiar-me-ia para sempre e se culparia por ter confiado em mim. Além disso, eu sentia que precisava manter distância antes de ceder aos meus impulsos mais sombrios. Tornava-se cada vez mais difícil estar ao lado dela sem tocá-la do jeito que eu desejava.
Eu me via como um homem perverso e sentia que não demoraria até eu ceder à tentação de dormir com ela, mesmo sabendo que, depois, ela acabaria me odiando. Percebia pelo jeito como ela me olhava que seu coração frágil já batia por mim, e aquela noite confirmou tudo. Ela poderia ter me negado e permitido que aqueles homens me espancassem, mas escolheu me acompanhar, revelando com cada gesto silencioso o que sentia. Não havia palavra que eu precisasse ouvir para saber que o coraçã