LAIKA
Quando abri os olhos, estranhei que ainda reinasse total escuridão. Perguntei-me quanto faltava para o alvorecer, mas logo percebi algo apertado em torno da cabeça: eu estava vendada. Tentei alcançar o que me prendia, apenas para descobrir que minhas mãos estavam amarradas uma à outra.
— Joy? — Chamei, e Joy respondeu com um ganido fraco que me deixou ciente do perigo.
Gemei ao sentir pontadas subirem pelo braço a cada mínimo movimento. O que acontecera? Quem me fizera aquilo? Passos suaves aproximaram-se. Minha última lembrança era a conversa com Claudia na noite anterior, antes de adormecer.
— Ah, você está acordada. — A voz me fez congelar.
Conhecia-a demasiado bem. Como viera parar ali? O que Erika fazia naquele lugar? Onde eu estava? Reuni forças para forçar a corda que me prendia.
— Não adianta. Já corre cicuta de lobo suficiente nas suas veias.
— O quê? — Gemei, imaginando o risco para meu filhote. A garganta ardia; falar doía.
Erika aproximou-se e retirou a venda. A luz o