ALFA KARIM
Ao primeiro clarão da aurora, eu já me sentia mais sereno. Ainda úmido do orvalho, retomei a forma humana, vesti a bermuda e caminhei de volta à cabana de pinho. Mal o céu assumira tonalidades rosadas quando avistei uma silhueta estendida na varanda. Aproximando-me com cautela, reconheci Laika. Corri até ela para certificar-me de que estava bem, mas diminui o passo assim que os acontecimentos da noite anterior me assaltaram a memória.
O que ela fazia ali fora? Examinei-a atentamente; respirava de modo regular e não apresentava nenhum ferimento aparente. Permaneci imóvel por alguns instantes, apenas observando-a.
— Seria melhor se entrasse para dormir.
Ela sobressaltou-se, varreu o ambiente com o olhar e, por fim, fixou-os em mim. Não pretendia sustentar aquele contato visual por mais tempo; de qualquer forma, percebia seu desconforto diante da minha presença. Ainda assim, a voz dela prendeu-me.
— Alfa Karim, por favor, espere.
Não me virei. Se contemplasse seu rosto, acabari