ALFA KARIM
Observei atentamente os traços do outro homem. Havia muito tempo não me deparava com alguém tão corpulento. Um vulto que parecia alargar o próprio ar ao redor. Eu, que ainda assim era mais alto do que ele, surpreendia-me com o fato de aquele forasteiro ser um híbrido. Tudo aquilo me provocou um desagrado profundo, e contive a cólera que fervilhava sob a pele. Antipatizava com a confiança que lampejava em seus olhos e, mesmo sem qualquer provocação, já o classificava como ameaça.
— Relaxe, Karim! — Repreendeu Poder.
Eu não pretendia tirar conclusões precipitadas nem agir por impulso, para não parecer que temia um desafio banal. Contudo, assim que o vi abraçando a Ômega, algo ascendeu no meu peito e ali se enroscou, exigindo que eu lutasse contra o impulso de esmigalhar-lhe cada dente.
Sabia qual era o meu papel. Como líder do bando, cabia-me afirmar a dominância, e eu o fazia sem hesitar. Não me rebaixaria a atacá-lo por mera inveja, pois já superara esse estágio. Limitava-me