Capítulo 97

Antonella

Quando cheguei em casa, não precisei dizer nada. Minha avó estava na sala, dobrando umas roupas dos trigêmeos, e só de olhar pra mim, soube. Eu desabei no sofá, o rosto quente, os olhos ardendo.

— Ele não vai parar, vó — soltei, quase sem voz. — Ele vai continuar insistindo. Vai continuar me puxando de volta. Vai continuar tentando… e eu não sei mais se consigo ser forte.

Ela largou o pano no colo e se aproximou com calma, aquele jeito dela de entender antes mesmo de ouvir.

— Então talvez — ela falou, baixinho — talvez seja você quem precise parar.

— Parar o quê? — perguntei, irritada, limpando o rosto com raiva.

— Parar de fugir.

Eu ri sem humor.

— Fugir? Ele me machucou. Ele fez coisas que eu nem sei se perdoei completamente. E agora eu virei alguém que chora cada vez que ele diz que me ama. Eu não estou fugindo, vó. Eu estou tentando me proteger.

Ela balançou a cabeça, tranquila.

— Sua teimosia em lutar contra o amor que você merece está te destruindo.

— Amor não era pra
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