Capítulo 62

Alonzo

Antonella ficou no meio do quarto, respirando rápido, as mãos trêmulas. Eu parei a poucos passos.

— Fala que quer que eu vá embora — pedi. — E eu vou.

Ela apertou os olhos, como se lutasse consigo mesma.

— Essa atração ridícula não muda nada, Alonzo. — disse, por fim. — É só corpo. Só carência física. Só o que sobrou depois que você acabou com tudo.

— Então deixa ser só isso… — dei um passo. — Mas sempre será real, eu já disse. Sem mentira, sem orgulho, sem teatro. Só eu e você.

Ela encarou meu peito, depois meus olhos. Eu senti o momento exato em que ela cedeu à própria fraqueza, porque reconheci aquela rendição em mim também. Antonella se aproximou devagar e tocou a barra da minha camisa.

— Uma última vez. — sussurrou. — Depois disso, você não fala de amor, não fala de perdão, não fala do passado. Você só cuida dos nossos filhos e do seu contrato. Entendeu?

— Eu faço o que você quiser. — respondi. — Só me deixa sentir você.

Ela respirou fundo e começou a abrir os botões da mi
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