Alonzo
Antonella ficou no meio do quarto, respirando rápido, as mãos trêmulas. Eu parei a poucos passos.
— Fala que quer que eu vá embora — pedi. — E eu vou.
Ela apertou os olhos, como se lutasse consigo mesma.
— Essa atração ridícula não muda nada, Alonzo. — disse, por fim. — É só corpo. Só carência física. Só o que sobrou depois que você acabou com tudo.
— Então deixa ser só isso… — dei um passo. — Mas sempre será real, eu já disse. Sem mentira, sem orgulho, sem teatro. Só eu e você.
Ela encarou meu peito, depois meus olhos. Eu senti o momento exato em que ela cedeu à própria fraqueza, porque reconheci aquela rendição em mim também. Antonella se aproximou devagar e tocou a barra da minha camisa.
— Uma última vez. — sussurrou. — Depois disso, você não fala de amor, não fala de perdão, não fala do passado. Você só cuida dos nossos filhos e do seu contrato. Entendeu?
— Eu faço o que você quiser. — respondi. — Só me deixa sentir você.
Ela respirou fundo e começou a abrir os botões da mi