Capítulo 12

Alonzo

Passei a noite no escritório, com as luzes baixas e o ar-condicionado soprando um frio que não ajudava em nada. Eu não conseguia me concentrar.

O beijo que não devia ter acontecido ainda estava grudado na pele, junto com a lembrança do olhar indignado da minha consciência.

Letícia foi atrevida. Eu devia tê-la demitido na hora. Em vez disso, fiquei aqui, rodando os mesmos relatórios sem enxergar os números.

Fechei o notebook e encostei na cadeira. A cidade do lado de fora seguia acesa. Toronto não dorme cedo. Peguei o controle e abri o painel das câmeras da mansão. Era um hábito ruim, eu sei, mas era a única maneira de me convencer de que tudo estava em ordem.

Na cozinha, Antonella.

Ela estava sozinha, de moletom e cabelo preso, cortando algo com calma. Aumentei a imagem. Ela mexia uma panela, provava, fechava os olhos por um segundo, acrescentava sal. Depois arrumou um prato, lavou a louça, secou o balcão. O gesto simples que Letícia zombou outro dia. O gesto que me desmonta.
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