Kael estava atento a cada passo da história. A tensão aumentava a cada palavra, mas Yoran continuou, impassível:
— A voz me ofereceu algo... algo que eu nem sabia que queria. Achei engraçado. Pensei: “que merda, eu realmente enlouqueci, estou ouvindo uma vela falar e ainda por cima prestando atenção.” — ele sorriu, debochando da própria história. — A vela falou de riquezas, conforto... e até me mostrou uma visão do que poderia ser meu futuro, caso aceitasse. Ela mostrou uma visão clara do meu irmão em cima de uma torre, sentado, e eu na porta, olhando para ele.
O silêncio pairou por um instante antes de Yoran continuar, sua voz levemente rouca.
— Não me lembro o que ela pediu em troca, mas aceitei. A vela se apagou. E eu caí. Caí sem parar. O mundo ao meu redor desmoronava, e a cada vez que meu corpo colidia contra algo, eu amaldiçoava aquela maldita vela. Mais uma pancada, e eu teria morrido.
Kael respirou fundo, processando as informações, tentando encaixar as peças do quebra