O que aconteceria se Ares começasse a recrutar semideuses inesperientes? Provavelmente um caos. Mas quando Relíquias mitológicas desaparecem sem deixar rastros e os monstros do tártaro ameaçam os humanos não há muito o que fazer. Será que Ares conseguirá reunir esses jovens e treina-los nessa busca?
Ler maisEstava mais uma vez no quarto, presa a correntes que me machucavam por estarem muito apertadas. Era a única coisa que eu não conseguia quebrar e o único jeito que não me permitia sair do quarto. Eu cansei de gritar, não entendo o porquê de estar apenas sendo eu mesmo a machuca dessa forma.
- Você não entende, porque não pode ser uma boa garota Allegra? - Ela chorava jogada no chão próximo a mim. Eu queria enxugar suas lágrimas mas não podia por causa das correntes. - Eu só queria que você fosse uma boa garota. Me diga o que você fez de errado.
- Eu estava com meninos, mamãe. - Falei após o ordenado. O que uma criança de sete anos sabe da vida? - Eu te machuquei mamãe?
- Sim Allegra, você me machucou muito. - Aquilo foi como uma facada em um pequeno coração que já vinha sufocando aos poucos. - Você vai embora.
- NÃO! MAMÃE, EU QUERO FICAR COM VOCÊ! - Gritei em desespero, não tinha visto que ela havia se levantado. Um vulto passou diante dos meus olhos e só percebi o que era depois que colidiu com o meu rosto, senti o sangue quente escorrer por minha face. Doia, ardia, ao olhar para baixo vi uma parte de meu rosto simplesmente aberta.
- Agora sabe como dói. - Disse ela e saiu do quarto. Eu não me importava com a dor que se alastrava por todo o meu rosto e muito menos com o sangue que manchava o carpete rosa do meu quarto que eu simplesmente odiava. Eu só queria que mamãe voltasse e me abraçasse. Mas ela não voltou e eu perdi a consciência.
Acordei gritando chamando a minha mãe e ao abrir os olhos ela não estava lá, meu rosto estava todo enfaixado e não doía mais. Tentei levantar mas percebi que estava amarrada a maca, balancei fazendo muito barulho até conseguir quebrar o que estava me prendendo. Estava feliz, mas ao tentar sair alguém entrou no quarto, tinha postura assustadora e um olhar amedrontador, ele me encarou de um jeito zombeteiro e ajeitou o quepe em sua cabeça.
- Seja bem vinda a área militar dos EUA- ela havia me deixado. Mamãe havia me abandonado aqui. - Vamos cuidar bem de você, sua mãe pediu que nunca mais a procurasse.
Deitei novamente e fechei meus olhos heterocromaticos, ao abri-los eu já me sentia uma pessoa diferente. Uma criança de sete anos com sede de sangue inimigo. Foram exatos dois meses necessários para a minha recuperação porém a cicatriz ainda ficou ali, cortando o meu rosto do alto do meu nariz até a minha bochecha esquerda. As pessoas que me olhavam ficavam vidradas naquela cicatriz ou em meus olhos diferentes. Na tentativa de fazer as pessoas pararem de me encarar comecei a usar minha franja alaranjada por cima do rosto, não dificultava a minha visão e fazia as pessoas me ignorarem. Ao sair do hospital fui levada para o colégio militar onde ganhei um quarto separado do alojamento porque em minha classe só estudavam garotos.
Não foi difícil me acostumar, o professor me tratava como garoto e eu pouco me importava com isso, os garotos não davam a mínima para mim. Eu era apenas a garotinha estranha da turma, aquela que esconde o rosto com os cabelos. Eu não entendia o motivo da minha mãe ter me deixado ou ter me posto aqui, mas se era castigo eu estava disposta a enfrentar.
Hoje é nossa primeira aula de combate, os garotos estão eufóricos, eu me sentei em um dos bancos do ginásio esperando o professor chegaro que não demorou mais de dez minutos. Ele tinha cabelo escuro no estilo militar e usava roupas flexíveis com as cores do exército. Seu andar era de uma elegância e autoridade que fez com que os garotos também se sentassem.
- Temos algum novato na turma? - Perguntou ele ficando a frente de todos. Logo fiquei de pé o encarando. - Quem vai enfrentar ela no tatame?
Todos os garotos começaram a rir, eu entrei atrasada e não tinha feito as aulas de combate dos anos anteriores, a acima de qualquer coisa eu era uma garota raquítica que escondia o rosto, cuja qual ninguém sabia nada. Ao olhar para todos eles e os fazer calar ele novamente me encarou.
- Quem vai? - Eu tirei o meu sapato e me direcionei para cima do tatame, cabelos ruivos soltose longos e um corpo pequeno, frágil.
- Eu vou. - O mais forte da turma se pronunciou debochando. Tirou o sapato e se posicionou a minha frente. - Não vou te machucar, muito.
Ele rio e veio me dar um soco na altura do rosto, rapidamente virei para a esquerda e me abaixei socando seu estômago e o fazendo cair de joelhos. Com raiva ele levantou me socando no queixo mas eu não sai do lugar, comparado a força da minha mãe ele não era grande coisa. Chutei seu joelho com toda a minha força e escutei quando o osso quebrou facilmente, o grito dele foi música para os meus ouvidos. Senti meus olhos chamuscarem e algo me tomar, um sorriso surgiu em meus lábios, ao ver ele caído no chão eu o segurei pela caminha e o soquei cinco vezes seguida até o professor gritar me pedindo para parar, larguei ele no chão e olhei para mim completamente suja do sangue dele. E foi nesse momento que o pavor surgiu no olhar de todos eles. Minha primeira vez no arsenal, limpando as armas e munições pensando seriamente no que eu tinha feito.
A fogueira ainda crepitava em nosso meio, os meus olhos vagavam pelos rostos de todos os que estavam presentes e comiam o peixe frito, temperado com pouco do que se ainda tinha no local e podia ser chamado de tempero. Em um suspirar incomodo, vaguei para o horizonte de céu estrelado magnífico que se podia observar longe das luzes da cidade, estávamos aqui á pouco tempo e já pareciam se passar meses. Começava a entender aos poucos cada um e, mesmo com toda a interferência inicial que finalmente as coisas começariam a funcionar, principalmente porque estávamos todos empenhados nisso. Com a proteção naquela ilha e a esperança que em breve iriamos conseguir trazer de volta o equilíbrio, todos pareciam mais confiantes.A agitação manteve meu olhar distante até que o silencio tomou conta em um ato de contemplação dos demais e, quando abaixei a visão estavam encarando as mesmas estrelas pontilhadas no céu. Não somos deuses, não temos a segurança de todos eles ou a aprovação, mas diante do ca
Meu pai vai me matar. Esse pendamento rodeava a minha cabeça o tempo inteiro, como uma abelha zunindo dentro do meu cérebro buscando uma brecha para poder sair, ou me picar. Esperei que ela me batesse, me xingasse... Esperei que a riuva me chamasse de idiota, mas ao ver aquelas lágrimas escorrendo, ao ver seus olhos inchados eu não sabia mais onde ficava o chão. Eu sabia como era estar sozinho, sabia exatamente a sensação de olhar para todos os lados e não ver a pessoa que eu tanto queria que estivesse ali. Era a minha recompensa por ser quem sou? Talvez, não posso duvidar disso. A dor da saudade pode ser impedida, eu não permiti que ela me consumisse por muito tempo, porque se não tivesse bloqueado esses sentimentos da minha vida, com certeza não estaria aqui agora. Teria sucumbido a dor que irradiava do peito para todo o corpo.E qual era o problema? Ali, era o problema. Aqueles olhinh
Eu passei horas ali em cima, não jogando tudo nas costas dos outros mas tentando entender a situação que se passava aqui. Como poderia haver uma forma de derrotarmos aqueles semideuses imbecis e retornarmos para nossas vidas. Miseráveis vidas. Ao menos a minha era. Ares sumiu sem dar mais nenhuma palavra, me deixou sozinha com meus próprios pensamentos magoados. Talvez eu fosse o problema, não?La de cima eu podia ver cada um dos jovens que estavam treinando, evoluindo um pouco da ignorância que mantinham. Algo me diz que Denw não queria que eles aprendessem algo além do que ele estava ensinando, ninguém podia ser melhor do que ele. Com a ajuda de ais sei tudo parecia melhorar devagar, mas era notório. A concentração do filho de Ofion enquanto manejada aquela foice, ensinando golpes e bloqueios aos novatos era de se admirar. O sol ia se escondendo na água, fazendo a mesma borbulhar como se toda aquela imensidão quente escondendo tivesse mergulhando na mar gelado e calmo daquel
Depois que Issei ficou em silêncio vaguei meu olhar pelo ambiente e encontrei algumas boas armas diferenciadas, em silêncio rezei para a bênção das armas e assim pude retira-las do lugar. Elas não eram oferendas apenas tinham sido esquecidas por seus guerreiros mortos, perdi o foco de tudo ao meu retor enquanto segurava as armas em minhas mãos.- Quer ajuda? - quase derrubei tudo quando Issei se aproximou sorrindo e estendendo as mãos, lhe entreguei as armas que tinha pego e descemos os numerosos degraus de volta para a praça onde todos treinavam.- Evy, você irá ficar com o chicote. Froy, as adagas e Kouta com a espada. - entreguei para cada um, foi o que vi neles, a sua personalidade clamava por aquelas armas. Eu podia sentir isso.- Alli, não é assim que se treina jovens inesperientes. - Issei sussurrou ao meu ouvido fazendo meu corpo arrepiar, não gostei de ter sentido isso e me afastei de imediato.- Então fique a vontade senhor expert. - dei
A confusão estava armada na praça, eu só queria dormir mais um pouco embora todo o barulho estivesse demonstrando que eu não iria conseguir. Respirei fundo abrindo os olhos e encarando o teto de palha da pequena casa em ruínas, DK me deixou ficar em sua casa porque iria ficar de vigia a noite toda. A cama era feita de folhas sobre pedras, de longe era algo confortável mas meu corpo não pareceu se importar quando caiu aqui. Me levantei encarando um barril cheio de água que usei para tomar um banho, me vesti e sai da casa percebendo que todos estavam discutindo ao mesmo tempo. Estava realmente dividida entre gritar ou sair tacando a porrada em todo mundo.- CALEM A PORRA DA BOCA! MAS QUE SACO! - me aproximei após ter gritado, rodos me encararam surpresos e baixavam o tom de voz até que houve silêncio. - Tory
Depois daquela discussão chata entre Tory e Denw decidi aproveitar as poucas horas que me restavam, Luara estava sentada na praça arrumando flechas em sua aljava. Me aproximei devagar sentando ao seu lado.- Oi solzinho. Como está? - não fazia muito tempo que eu tinha sussurrado coisas ao seu ouvido, ela era linda. Cabelos negros sedosos e olhos azuis penetrantes, sua pele era corada e macia. Pena que a noite já estava próxima.- Issei, me chame de Luara por favor. - pediu corando, sorri passando os dedos delicadamente em sua bochecha.- Ja disse que você é linda? - perguntei me aproximando devagar.- Disse, alguns minutos atrás. - ela riu deixando que eu encostasse meus lábios nos dela, eu posso não aproveitar a noite mas a terra ja esta pronta para uso.Estava levando nosso beijo a outro nível quando sinto alguém puxando braço com violência. Meu corpo para alguns metros depois arrastand
Último capítulo