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Capítulo 6: A história de Yohan, o pecado da ganância

— O nome dele é Yoran.

Kael aguardou, esperando que ela continuasse.

— Ele cresceu sem nada, viu a miséria de perto e entendeu que, se não tomasse o que precisava, ninguém lhe daria. Era um ladrão, mas não por maldade. Roubava para sobreviver. Com o tempo, percebeu que não era o dinheiro que o movia… era a liberdade. Quanto mais tinha, mais livre se sentia.

Kael permaneceu em silêncio, absorvendo as palavras.

— Ele se juntou a um grupo para um grande roubo. Mesmo não sabendo dos detalhes, ele aceitou. Mas, na hora, não apareceu... e tudo desandou. O castelo pegou fogo, inocentes morreram e a segunda princesa ficou gravemente ferida, quase morrendo também.

Os ladrões foram encontrados, e o rei mandou matar todos eles. Um deles entregou Yoran, mas ele tinha um irmão gêmeo, Yure, e ele foi cruelmente morto no lugar do irmão, que ainda estava desaparecido.

A expressão de Kael se fechou. Ele conhecia bem o peso da culpa.

— Ele sumiu por um tempo. Mas, depois, reapareceu, ferido, do lado de fora de uma caverna ao norte do reino. Como já era procurado, foi levado de volta e condenado à morte.

— Suponho que ele será o pecado da ganância — Kael interrompeu.

— Sim, mas também pelo poder dele.

— Poder?

— Quando os guardas o interrogaram, ele disse que procurava o portão do inferno.

Os olhos de Kael brilharam com interesse.

— Por quê?

— Ele encontrou um artefato depois do incidente no castelo.

— Que tipo de artefato?

Ágata sorriu de lado.

— Um que deu a ele mais do que liberdade. Deu a ele poder. Mas nada vem sem custo, e Yoran sabe disso melhor do que ninguém.

Kael ficou pensativo por um instante.

— Se ele tem tanto poder, como foi parar em Barzzard?

— Foi pego desacordado, mas escolheu ficar preso de propósito.

Kael arqueou uma sobrancelha.

— Para quê?

— Isso, capitão, é algo que só ele pode te contar.

Kael suspirou, sentindo a ressaca se dissipar.

Ágata estalou os dedos.

— Peguei.

— Eu vou querer saber o que é? — Kael perguntou.

— Não sei... vai? Agora, melhor se vestir. Não quero que nossa primeira parada seja feita por oficiais do rei porque você decidiu sair por aí quase nu.

Kael riu pelo nariz e balançou a cabeça.

— Dê-me um minuto.

Ágata parou na porta antes de sair.

— Ah, e uma última coisa.

— O quê?

Ela sorriu de canto.

— Teremos companhia.

E sem mais explicações, fechou a porta.

O rosto de Kael se iluminou ao ver um vaso com lírios na janela. Seu peito ainda acelerava ao lembrar-se de sua amada. E ele não sabia se um dia a esqueceria.

De repente, o chão tremeu. O coração de Kael disparou. Pensando que estavam sob ataque, pegou a espada e correu escada abaixo, pronto para enfrentar qualquer ameaça sem hesitar.

Ele entrou no cômodo com a cabeça latejando no ritmo das batidas do coração, por causa da ressaca da noite passada.

Ágata flutuava no centro do cômodo, completamente tranquila, um livro antigo girando no ar diante dela.

— Assustou? — disse ela.

A porta do laboratório arrebentou. Kael ergueu a espada, pronto para o combate. Mas o que surgiu foi um jovem de vinte e poucos anos, de olhos vermelhos e uma mecha branca no cabelo negro.

— Boldar, eu presumo? — Ágata cruzou os braços.

O jovem varreu o lugar com os olhos.

— Por que aprisionou minha forma animal, maga?

Ágata sorriu de lado, colocando os pés no chão.

— Eu aprisionei a aura demoníaca de um ladrão. Era você? — Ágata perguntou com deboche.

— O que quer? Sou um demônio menor, um Boldar não forja pacto nem cede a pedidos.

— Não preciso disso. Quero um favor. Capitão, nos deixe a sós, por favor.

Kael revirou os olhos e saiu do laboratório, saudando metade da porta que estava no chão, sem saber o que conversaram.

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