O relógio marcava 7:30 da manhã.
O quarto parecia vazio. Um silêncio quase palpável tendia a se mover sobre o espaço, mas lá vinha o barulho do balão de soro. As gotas pingavam lentamente e o ruído da máquina de oxigénio era constante.
Entre as laterais do quarto, lá estava Márcia no meio, forrada na cama com um pano branco. A sua cabeça repousava numa almofada aconchegante, as luzes brancas acesas dificultando a sua visão.
Ao lado esquerdo havia um armário, e sobre ele repousava um vaso com buquê de flores de girassol. Os aromas espalhados pelo quarto, junto com o cheiro áspero do perfume da acompanhante, coligavam de tal forma que era impossível não se apaixonar.
No meio daquela energia abstrata, Márcia abriu os olhos. Seu espelhar, perdido e estranho, deu de cara com um rosto simpático e familiar. Naquele instante, seu sentido dorido voltou ao lugar, levando-a a se acomodar como se estivesse em sua própria casa.
E de repente, soou aquela voz baixa, bem próxima do seu ouvido. Palavra